sexta-feira, 16 de março de 2007

Take a look at me...

Roubam-me pequenos pedaços da minha vida. Arrancam-me bocados de pele, deixam os meus ossos à mostra, depois pegam na sua carne podre e decadente e obrigam-me a engoli-la.

Sinto-me uma manta de retalhos feita com a vida dos outros, há pedaços de mim que não são meus. É carne que engulo sem ser minha, tenho músculos e nervos que não são meus, cresço sem o saber, modificam-me com estas violações do meu ser. Nada disto é meu e estou farto de fazer tudo aquilo que não desejo.

“Tens liberdade durante meses, quase anos…”

Mas que é que isso importa? A verdade é que eu não tenho a minima escolha, qualquer justificação é apenas uma tentativa de dizerem que a culpa não é deles. Mas é, e isso não vai mudar, a culpa é deles.

De que serve a liberdade se caminhamos para o fim dela? Usamos-la para quê? Para quem? Odeio-os, usam essa liberdade como quem usa um pin, uma t-shirt ou um corte de cabelo; é bonito, afirma algo e, no entanto, não significa nada das pessoas que somos. Somos um bando de inúteis provocadores. Provocamos nojo e náuseas, nada mais

domingo, 11 de março de 2007

Loooove hurts!!!!

Mas se de há coisa que me lembro, é da primeira rapariga que demonstrou carinho por mim. Lembro-me que se chamava Sandra. Como é que é possível eu lembrar-me de algo da minha 1ª classe!? Não sei, mas lembro-me, lembro-me das suas tranças de cabelo preto, dos seus olhos brilhantes dos quais não me recordo da cor. Lembro-me de estar na 1ª fila e ela na 2ª mesmo por trás de mim, lembro-me de me virar para trás sempre que podia com sorriso envergonhado e pegar-lhe na mão, lembro-me dela a rir-se para mim com o mesmo sorriso. Também me lembro de ficar de castigo e levar reguadas na mão por me armar em esperto e virar-me para trás e perturbar a aula. Até com cinco ou seis anos o amor magoa.

In "a minha pequena vida"