sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Woooo... Wooooo... Caaarrieeeeee!!!!

Peguei na carteira e deixei-me levar pelo gosto de ter algo tão cheesy... tinha acabado de concretizar um sonho antigo, ter um gira-discos. Deixei-me levar pelo trabalho em madeira, deixei-me absorver pelo pequeno crepitar do som do vinil numa agulha de porcelana.
Deixei-me levar pela possibilidade de ouvir todos os dias um som mágico. Um som que vem dos anos 50... 60... até chegar aos 90 e ser esmagado pela máquina da tecnologia.
Olhei para o capa e pensei... isto vale a pena. Tem a Carrie... isto vai ser tão bom.
Sai da loja com o disco na mão, caminhei pela rua com um artefacto negro que já deveria ter desaparecido muitos anos antes. Quem me perguntava o que era ria-se... isso? Tão gay... porque é que não sacas isso?
Não saco, isto tem de ser mais real. Cheguei a casa, larguei a mala com pins no chão, no canto ao lado do aquecedor, encostada à mesa do computador. Levantei a tampa, carreguei no pequeno botão e liguei, coloquei o disco a rodar... encostei levemente a agulha à superfície preta e deitei-me na cama já depois de tirar o casaco.
Fechei os olhos e ouvi...

Carrie... ohh Carrie...

Sabe tão bem...

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Justo

Sentado num banco de jardim olha sem parar. Sentado no meio de um jardim onde as pessoas julgam sem parar. Deixa-te ir para um julgamento, deixa que as pessoas ponham a mão em ti e sintam tudo aquilo a que nunca te dedicaste.
Deixas passar mais uns meses seu inútil de barba esquisita? A culpa é tua e só tua e de novo sabes-lo bem.

1º Julgamento - Culpado de desperdiçar potencial.
2º Julgamento - Culpado de me desperdiçar a vida.
3º Julgamento - Culpado de desperdiçar a sua vida.
4º Julgamento - Culpado de adiar.
5º Julgamento - Culpado de achar que há mais tempo.
6º Julgamento - Culpado de ser burro que nem uma porta.
7º Julgamento - Culpado de não teres amado o que devias ter amado quando devias ter amado o que pensavas que deixavas de ter amado.



Pena - Deixa passar mais um pouco. O tempo vai-se encarregar de te mostrar a pena.

Fica sentado no meio do jardim que julga. Chega o Inverno e queima o frio. Não tens um braço onde te apoiar e cortaste as próprias pernas.

Não podes mais caminhar.


Que posso fazer?

Tenta andar nas tuas mãos... parado vais morrer ao frio.

Ok... é justo.